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21 de outubro de 2010

A MATA DA CIDADE PRESÉPIO - Texto de José Alfredo Gomes

Foto de Rodrigo Noronha



“Brazópolis tem uma formosa mata bem junto à cidade. Mata virgem situada à lesta da urbe, fornecendo-lhe em grande abundância o oxigênio purificador do magnífico clima de que gozam os moradores da Cidade Presépio, o seu manto de verdura, pleno de frescura e beleza. Cobre atualmente uma área de 15 quinze hectares de terreno. Esta mata tem sido conservada pelos moradores da antiga São Caetano da Vargem Grande, como uma relíquia, há quase um século e meio.
Reza a tradição que em 1830 um grande furacão destruiu um pinheiral que existia no local em que se erigia logo em seguida o povoado de Vargem Grande. Mas a mata com a sua enorme perobeira, que até hoje se ostenta altaneira, à beira da moderna rodovia, permaneceu intacta.
Na década de 1860 houve uma tentativa de derrubá-la para a plantação de café. Uma parte da mesma, lá para as imediações do bairro da Aparecida, foi mesmo transformada em cafezal. Mas o saudoso Cel. Francisco Braz Pereira Gomes não deixou que se derrubasse, conservando-a até sua morte em 1914. Dizia ele que aquela mata era o pulmão de Brazópolis e seria um grande crime derrubá-la.
Morto o Cel Francisco Braz, a mata passou para as mãos de seu filho Henrique Braz.
Em 1930, justamente depois de um século, um segundo tufão passou pela cidade carregando telhados e derrubando casas. Uma pequena parte da mata, aos pés da encosta, foi devastada pelo tufão. Mas a grande perobeira resistiu novamente, incólume, como que protegendo a velha floresta ao redor.
Após a morte do Cel. Francisco Braz foi eleito seu sucessor, como Chefe Executivo Municipal, que àquele tempo exercia as funções de Prefeito, o Cel . Henrique Braz. Este querido e saudoso brazopolense que, como seu pai, dedicou toda sua vida ao progresso da terra natal, tentou transformar a mata num logradouro público. A sua experiência fracassou. Não foi possível exercer ali uma fiscalização eficiente. Dia e noite, como queria. Desistiu da idéia e transferiu a propriedade ao saudoso Dr. Francisco Pereira Rosa, então primeiro Juiz de Direito da nossa Comarca.
Transferido para a comarca de Itajubá, Dr. Francisco Pereira Rosa e sua esposa D. Arnaldina da Silveira Rosa resolveram fazer doação da tradicional mata, o pulmão da Cidade Presépio, ao Governo Municipal de Brazópolis. Essa sua resolução foi confirmada por seus filhos após seu falecimento.
Uma pequena parte da mata, porém, na extensão de 4 hectares, foi doada às instituições assistenciais da cidade: Asilo de Inválidos D. Maria Adelaide e Lar da Criança Monsenhor Noronha.
Graças ao elevado espírito público de saudoso D. Francisco Rosa, de sua nobre esposa e de sua digníssima família, a célebre mata tão decantada, é hoje um patrimônio do Governo Municipal para ser conservada e defendida como um órgão precioso no organismo citadino.”
(José Alfredo Gomes – Escrito na década de 1970)

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