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8 de agosto de 2012

Pai - Patrick Reis


Há três anos minha vida mudava radicalmente, em meio às malas para eu ir embora pra Mariana eu tive que enfrentar uma das maiores dores da minha vida:  a perda de meu pai. E hoje quando olho pra trás, não sinto que tenha passado tanto tempo. A imagem dele ainda parece presente, sua risada ou suas broncas. Mas acho que a vida é assim mesmo, devemos nos acostumar com as perdas, mesmo que elas sejam mais presentes do que imaginávamos que seriam.
Talvez a dor maior em mim tenha sido pela maneira como ele foi tirado de mim. Sem ter tempo pra falar pra ele do seu real valor ou mesmo sem demonstrar pra ele o quanto ele era importante pra mim. Não digo que eu tenha sido um péssimo filho e nem estou dizendo que morro de remorso por algo que eu tenha feito, acho que é mais uma coisa de não ter podido falar um 'até logo'.
Eu tentei por vezes ser frio (como na maioria das vezes eu fui) e enxergar as coisas como algo que deveria ser vivido, e na realidade foi isso mesmo. Eu tinha que passar por aquela perda, pra quem sabe passar a valorizar mais as coisas, quem sabe poder dizer mais pra pessoas o quanto elas são importantes pra mim. Claro, que se eu pudesse mudar as coisas, não diria que essa perda seria necessária, eu faria algo por mim mesmo, com meu pai do meu lado. Mas por vezes, só sabemos questionar o que nos foi imposto. Eu acredito que Deus não te dá um peso maior que do que força que consegue aguentar. E comigo não foi diferente. Aos 20 anos, eu aprendi realmente o que é viver, o que é sofrer, o que é chorar e o que é precisar de colo. Tarde ou cedo demais? Não sei. Mas a dor foi grande demais e as consequências drásticas também. E se depois da sua morte eu chorei pouco, foi porque no fundo eu sentia que ele sempre estava me dando um empurrão e dizendo: Vá viver, vá crescer! E nesses anos que se passaram eu posso dizer que se não me senti sozinho por inteiro, é porque muitas vezes senti meu pai junto de mim.

Pai, sinto saudades, mas no fundo sei que tudo está bem com você!


Um comentário:

Victor Said disse...

Também perdi meu pai. Conheci a dor ainda cedo e com o tempo soube lidar com isso. Seu texto é formidável, apesar de tudo.

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